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Contos

Sufocada, mas ainda viva

A forma que sobrevivi ao sufoco que é viver todos os dias.



Desempregada. Desesperada. Solteira. Tudo parece estar se afundando na minha vida e eu não sei onde buscar soluções para meus problemas. Moro no meu apartamento desde que comecei a trabalhar, mas após alguns incidentes eu perdi o meu emprego. Meu estado hoje é altamente depressível. Não sei como eu vou me reestabelecer novamente. Parece que estou em um caminho escuro em que todas as coisas não andam a meu favor.

Estou tomando medicamentos muito fortes. Já tentei reatar muitas amizades com pessoas que conheci no ensino médio, mas nada está dando certo. Só consigo me enxergar de frente para um abismo. Estou afundando. Tento nadar, mas a pressão da água, que nesse caso quero dizer vida, é tanta que a cada movimento eu me afundo mais. Socorro, por favor alguém me ajude.

Enquanto eu tento sair dos hábitos momentâneos, vou ficando sem tempo. As contas de água, luz, internet, telefone e outros utilitários vão aumentando e não sei nem como vou fazer para quitá-los. Esse desespero que há alguns meses eu conseguia disfarçar muito bem agora vem à tona nos meus dias corridos. Dias que parecem voar em uma velocidade que arde o coração. Que eleva a preocupação.

Antes que você também caia nisso, se cuida, não se permita que isso aconteça. Eu não tenho as palavras mais singelas para dizer que “se você tiver sorte você vai se sair bem”. Desse lado, parece não existir sorte alguma. Na verdade, eu nem sei o que é certo, ou o que está me enganando. As águas celestes, as mesmas que pareciam pertencer a um lago raso, hoje me prendem e não me deixam sair. Sufocada, mas ainda viva.

São sufocos sólidos, são aparências, são momentos monótonos. Não são mais esperanças porque eu não sei mais como sair dessa emboscada. Espera. O pouco que ainda posso enxergar me eleva a uma luz. A mais bela e celeste. Pode ser mais uma enganação, eu não quero me arriscar novamente e me afundar ainda mais. Surge então uma mão e o meu medo me faz repreender-se. Dessa vez surge um pouco mais, consigo ver seu braço. Ao me agarrar nele começo a me sentir segura. Não me importa mais, ele vai conseguir me tirar daquela água. Posso não estar mais me afogando, boas mãos tentam me salvar.

*Fonte da imagem: Instagram

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